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DEMONOLOGIA na visão dos ciganos

 DEMONOLOGIA na visão dos ciganos  Vamos abordar um assunto que até então estávamos deixando de fora, porque pensávamos que outros já o estudaram quase à exaustão. Porém, ao lermos estes tópicos no livro de Jean-Paul Clébert, in The Gypsies , constatamos que o tema citado era abordado antes, por outros, fracamente, superficialmente; decidimos por aqui, não nossa opinião, mas a de Clébert, porque ele é muito bom autor e deve ser considerado entre os melhores, em ciganologia. Ele, humildemente, pede licença, à página 145, para transcrever outro autor. Dr. Maxim Bing e nós fazemos o mesmo, portanto, o que se segue não é de nossa lavra, mas dos ciganólogos citados. Os erros e omissões ficam debitados a nossa dificuldade em traduzir castiçamente, para o português, a língua inglesa. Aos que quiserem conferir é só comprar o livro The Gypsies de Jean-Paul Clébert, Vista Books, London, 1973 e ler os títulos pertinentes. DEMONOLOGY (p. 145-147) Em tempos distantes, muito distantes, os ...

Rio Paraíba do Sul

Rio Paraíba do Sul

Rio Paraíba do Sul


Asséde Paiva

Em tupi, Pa’rab+iwa: braço de mar, ou rio impraticável para navegação.

Rio da escravidão, cujas águas profundas arrastavam as queixas dos meus irmãos escravos; cujas águas tropeçando nas pedras do teu caminho, vão lavando generosas a mancha da escravidão; que não te fizeste navegável para não servir aos opressores dos meus irmãos escravos; rio da minha infância, cujas enchentes afogam a miséria dos meus irmãos camponeses; que vais correndo para não ver a miséria que vive pelas tuas margens. (In O Quilombo de Manoel Congo, de Carlos Lacerda).


VERMELHOS VERSOS PARA A PETERSBURGO FLUMINENSE
Flumen fulmini flexit.
Riscou o céu o deus do trovão. O rio
Ante o raio dobrou-se, formando uma volta redonda.
Avoantes de norte, sul, leste e oeste,
Arigós da terra brasilis, que em ninho de fogo refulgentes
Transformaram o ferro em toneladas mil
De gusa e aço para o nosso Brasil.

Em trabalhos anteriores, mencionei o rio do meu coração: Paraibuna.  Disse que morei às suas margens quase vinte anos. Lembro-me perfeitamente do sítio Chalé que meu pai arrendou de José Vieira Tavares. O rio passava a menos de quinhentos metros de nossa casa. Ele, no local, tinha formato de uma foice cujo gavião ficava além do pontilhão da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), hoje MRS, e costeava pelos fundos do povoado de Chapéu D’Uvas. Nossa casa era fincada aquém do pontilhão, exatamente no cabo da foice citada. Tive bons momentos no arraial de Chapéu D’Uvas. O rio que vi e usufruí está agonizando...  os sinos dobram por ele e pelo arraial.
Muito anos depois, naveguei por outras praias e vim a morar perto de outro rio: o Paraíba do Sul. Este sofre as mesmas mazelas do seu afluente Paraibuna: ambos poluídos como quê, e com biomassas em extinção. 
O rio Paraíba do Sul envolve caprichosamente a cidade de Volta Redonda, cede água para o povo se dessedentar, resfria os fornos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e é bom que se diga que, na bacia deste Rio e em seu entorno são gerados 80% do PIB nacional e onde vivem mais de 80 milhões de pessoas. É nas margens deste fabuloso rio que embalei e criei minha família, não muito nas margens porque vez por outra, o rio indignado com tantas afrontas punha suas águas fora da calha e é um deus nos acuda! A CSN, gigante siderúrgica, bebe muita água do Paraíba ao qual agradece com efluentes oleosos, escória, poluição. Pobre rio! 
Costumo afirmar que Deus me deu um bônus ao me abençoar com a família que tenho e morar tão próximo do Paraíba.
Penalizado com a poluição insidiosa dos rios do Brasil, e com a desídia do povo e dos políticos, pedi a um amigo que fizesse poeticamente um apelo para que salvem os nossos rios, antes que seja tarde demais. Seguem suas palavras em rudes rimas e métricas:


Conversando com o rio Paraíba do Sul
(Norberto Freitas)

Oh, rio Paraíba do Sul!
Quem te viu e quem te vê
Pode até ficar confuso
E não te reconhecer.
Porque o tal progresso
Em busca de lucro e sucesso
Está matando você.

A indústria e a natureza
Muitas vezes não se combinam.
Antes da industrialização
Suas águas eram tão claras,
Que chegavam a ser cristalinas.
Hoje, estão poluídas,
Seus peixes já não têm vida,
A poluição predomina.

Seu antigo volume de água
Quanta saudade me traz!
Suas margens abrigavam
Vários tipos de animais.
E hoje das suas águas,
Nem as aves bebem mais,
Doente não me compraz.

Suas pedras cobertas de lodo
De uma cor bem esverdeada.
A areia do leito era dourada.
E sei que até os seus peixes
Tinham escama prateada.

Como era tão bonito
Contemplar sua beleza!
Ouvir o barulho das águas
Pela sua correnteza.
Mas tudo isso foi passado,
Como um letreiro apagado
Lá se foi sua lindeza!

Passando por rochas de pedras, 
Até no meio da floresta,
Águas que aves se banhavam
Catando fazendo festa.
Mas desta bela natureza
Só saudade nos resta.

Senhores homens da lei,
Será que não têm ouvido?
A cada descarga que cai, 
Esse rio dá um gemido,
Se fossem mais competentes,
O problema do meio ambiente
Estaria resolvido.

Oh, rio Paraíba!
Um apelo vou fazer:
Você não pode falar, 
Mas eu falo por você.
Peço a todos que ajudem
A cuidar de sua saúde,
Para você não morrer.

Rio Paraíba do Sul, em Volta Redonda, sua curva deu nome à cidade e inspirou o moto: Flumen Fulmini Flexit, O rio ante o raio dobrou-se.

Volta Redonda - Curva Paraíba do Sul - Open street map





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