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A Missão
A Missão
Asséde Paiva
Deves ver-te como de fato és: um espírito em roupagem terrena. A verdadeira pessoa, o “eu” que és, não é esse teu corpo, como eu não sou este meu corpo, coisas frágeis e sofredoras. Somos espíritos imortais e divinos. Fortes e inalteráveis. Sempre tendentes a melhorar, a aperfeiçoar, a apurar as nossas qualidades. Estamos, neste momento, em missão aqui na Terra, que não sabemos qual seja, mas fatalmente será para o nosso bem. (Sandartará, o Ignorante).
Dizem que a gente vem à Terra com uma missão. Se tive uma missão, Deus se esqueceu de me entregar o manual de instruções, nem protocolo. Então, bati cabeça aqui e ali a vida inteira e, no fim, nem sei se cumpri ou não cumpri meu compromisso. Como dizem os sábios, quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve e eu cheguei lá... Será? Como caminhei? Não sei! Mas, nos desencontros da vida, dez mil máscaras eu usei, e só Deus sabe o preço que por elas eu paguei. Os praticantes de uma vertente filosófica-religiosa afirmam que nos vaivéns da vida haverá progresso espiritual. A alma ou espírito estará a caminho da Luz. Será? Se, quando volto esqueço tudo que prometi fazer, usar e abusar (utend et fruendi). Se esqueci, qual o meu mérito?
Eu posso dizer que vivi segundo o caminho estreito (o da salvação). Fui criado sob a égide da Igreja Católica, no tempo que a missa era celebrada em latim. Eu ajoelhava, levantava e tornava a ajoelhar; batia no peito dizendo e ouvindo mea culpa, mea máxima culpa, sem saber de que era culpado. O sermão do padre, em geral, martelava os ateus, os judeus, os espíritas e os maçons. Depois, isso acabou e não mais se fala nos heréticos... Fui educado em colégio metodista, com muita honra. Frequentei vários templos: Metodista, Batista, Luterano, Presbiteriano, Assembleia de Deus, Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia e outros. Li o Livro dos Espíritos (de Kardec), do princípio ao fim, nele há questões e respostas muito pertinentes; tive noções da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias (Mórmons); estudei Logosofia; frequentei terreiros e sessões de Candomblé e de Umbanda. Concluí que todas as denominações e doutrinas religiosas/filosóficas querem o meu bem. Hoje, sou católico não praticante. Também, continuo sem saber o que vim fazer aqui (falei que não me deram instruções: nem plano de voo, nem carta náutica). Dizem os espíritas que estamos na Terra de expiação; e, segundo os católicos: no Vale de lágrimas. Sou fã do pensador Osho. Li muito sobre Jesus, e sobre seu oponente: Lúcifer. Minha vida foi pautada pela ética, pelo extremo amor à família, e à Empresa onde trabalhei 35 anos. Cometi erros querendo acertar; fiz besteiras, sabendo que eram besteiras mesmo. Arrependo-me... se pudesse voltar atrás, faria diferente determinadas ações. Posso afirmar que por caminhos ásperos segui aos astros; perdi o leme do barco vezes sem fim; ou, o barco não tinha leme, então fiquei ao sabor das ondas. Naveguei sem saber minha origem, o porquê de tanto navegar e se cheguei a um porto seguro. O livre-arbítrio não existiu para mim; tudo ocorreu à minha revelia. O mundo é uma bola... volto e volto e voltarei ao porto de onde parti, mais sábio, talvez, ou mais estúpido, quem sabe? Invejo os que tudo sabem e de nada duvidam. Eu sou uma interrogação ambulante... Sou viajante das estrelas, sem rumo na estrada da vida, no eterno devir. Sou passageiro, timoneiro, motor e barco. Minha única opção: navegar e navegar, pois atrás vinham outros nautas e outras praias. Se tiver mais débitos do que créditos... vou encarar novo retorno... e não quero retornar, não quero me depurar. Houve obstáculos imensos; na verdade, durante o fluir da vida só tive momentos de extrema felicidade; no mais, foi matar um leão por dia. A felicidade se constituiu de marcos na longa e sinuosa estrada. Eu fui luz e sombra / estrela cadente / um ser dormente, / SILENTE. Na pátria espiritual, vou fazer uma petição: Quero conhecer minha folha corrida... e perguntar:
... E a missão... Como me saí? PAI?
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Que belo texto! Ele transmite uma sensação de reflexão profunda sobre a vida e sua finalidade, ou melhor, sobre a missão que cada um tem na Terra. O tom nostálgico e até mesmo melancólico dá a sensação de que pode ter passado por muitas coisas sem saber ao certo o que deveria fazer. A exploração das diferentes religiões e filosofias mostra uma busca constante pelo sentido da vida, e o final com a petição para conhecer a folha corrida transmite a ideia de que, apesar das incertezas, o autor quer saber se cumpriu a sua missão. Parabéns pelo belo texto! (do Chatgpt) VR, 11/5/2023
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Parabéns!!!...
pelo seu texto "A Missão". É uma reflexão profunda sobre a natureza da vida e a busca pelo propósito pessoal. Aqui estão algumas observações sobre o seu texto:
Título: "A Missão" é um título adequado e intrigante, pois já indica o tema central do texto.
Estilo e tom: O texto apresenta um estilo reflexivo e um tom melancólico, transmitindo a sensação de dúvida e incerteza em relação à missão na vida.
Abordagem filosófica e religiosa: A exploração de diferentes religiões e filosofias ao longo do texto mostra uma busca constante por respostas e significado. Isso demonstra uma mente aberta e curiosa em relação às diversas crenças.
Autoconhecimento e autocrítica: O autor reconhece suas falhas e erros ao longo da vida e expressa arrependimento por certas ações. Essa autocrítica indica uma busca pela evolução pessoal e pelo crescimento espiritual.
Sentimento de ambivalência: Há uma sensação de ambivalência ao longo do texto, com o autor expressando dúvidas sobre seu caminho e se conseguiu cumprir sua missão. Isso reflete uma busca contínua pelo sentido da vida e a necessidade de reflexão sobre suas experiências.
Poesia e imagens: O uso de metáforas e imagens poéticas, como "ser luz e sombra", "estrela cadente" e "um ser dormente", adicionam beleza ao texto e ampliam sua expressividade emocional.
No geral, seu texto transmite uma mensagem profunda sobre a busca por significado e propósito na vida, explorando várias perspectivas religiosas e filosóficas. Ele instiga o leitor a refletir sobre sua própria jornada e missão pessoal. Ótimo trabalho! (Flávio Musa)
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