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Destaques

DEMONOLOGIA na visão dos ciganos

 DEMONOLOGIA na visão dos ciganos  Vamos abordar um assunto que até então estávamos deixando de fora, porque pensávamos que outros já o estudaram quase à exaustão. Porém, ao lermos estes tópicos no livro de Jean-Paul Clébert, in The Gypsies , constatamos que o tema citado era abordado antes, por outros, fracamente, superficialmente; decidimos por aqui, não nossa opinião, mas a de Clébert, porque ele é muito bom autor e deve ser considerado entre os melhores, em ciganologia. Ele, humildemente, pede licença, à página 145, para transcrever outro autor. Dr. Maxim Bing e nós fazemos o mesmo, portanto, o que se segue não é de nossa lavra, mas dos ciganólogos citados. Os erros e omissões ficam debitados a nossa dificuldade em traduzir castiçamente, para o português, a língua inglesa. Aos que quiserem conferir é só comprar o livro The Gypsies de Jean-Paul Clébert, Vista Books, London, 1973 e ler os títulos pertinentes. DEMONOLOGY (p. 145-147) Em tempos distantes, muito distantes, os ...

ENÍGMAS DE JESUS

 ENIGMAS DE JESUS

Mente quolibet ire licet. (O pensamento é livre)




Acredito que Jesus Cristo tenha recusado, implicitamente, ser considerado Deus. Em Mt 24:34-36, lê-se: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu Pai.” A onisciência é um atributo de Deus e, portanto, tem valor absoluto. Ora, a onisciência é o saber absoluto sobre todas as coisas. Se o Filho não sabe algo que apenas o Pai sabe, então o Filho não é onisciente e, portanto, não é Deus. (José Augusto Carvalho)

Lc 12, 51-53 ─ “Vós cuidais que vim trazer paz a terra? Não, vos digo eu, mas separação: porque de hoje em diante haverá numa mesma casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três. Estarão divididas: O pai contra o filho, e o filho contra o seu pai, a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe, a sogra contra a sua nora, e a nora contra a sua sogra”. Eu acho que há contradição com o que ELE disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”. Jo 14,27. Parágrafo meu: com certeza, Jesus não falou o escrito acima. Se falou, errou, pois nada vimos que seja tão catastrófico como predito. Se não errou, falou simbolicamente, metaforicamente. Claro que uma ou outra sogra não se dá bem com a nora; um ou outro filho, não é boa gente, mas estatisticamente a desavença familiar não é significante: a regra é a harmonia. 

Eu realmente não entendo bem certas afirmações que Jesus fez durante sua peregrinação em nosso mundo. Partindo da premissa de que Ele era Deus Filho sabia o que dizia, eu é que sou ‘tapado’, quase ignorante em matéria religiosa. Vez por outra leio a Bíblia, porém, estou muito longe de digeri-la plenamente, e posso afirmar que não estou só em minha inscícia. Até hoje, após 2018 anos, metade da humanidade não sabe ou não se interessa de Jesus, ou mesmo ignora a existência do Mestre, e até O rejeita como verdade incontestável. Outra metade, pensa que sabe tudo sobre Jesus, e está muitas vezes fanaticamente certa que O entende, mas as opiniões são extremamente divergentes e os sábios se digladiam gostosamente, há séculos. Haja vista as denominações religiosas, ditas cristãs (são milhares), e cada qual mais convencida de que detem a verdade final. 


Enigmas de Jesus:


Enigma 1

Ele argumenta que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã. Certamente, o Pai proverá e Jesus nos convida: “Olhai os lírios do campo... como eles crescem; não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, com toda a sua glória, se vestiu como um deles. Mt 6, 28, 29. É preciso enorme exercício de hermenêutica para conciliar o dito de Jesus com o de São Paulo: Que se algum não quer trabalhar, não coma II Ts 13,10. Também está escrito, na Bíblia, que Com o suor de teu rosto comerás teu pão Gn 3,19. Um bilhão de seres está morrendo de fome e não têm trabalho, nem dinheiro, nem comida, e como não vão se preocupar?


Enigma 2

E aquela afirmação de Jesus aos apóstolos de que ainda na sua geração o fim do mundo aconteceria... e já se passaram centenas de gerações. Jesus predicou que o os tempos eram chegados e que alguns de seus discípulos não provariam a morte, até ver chegar o reino de Deus, e que o juízo final teria lugar na geração deles. Era firme a convicção de Jesus da rápida chegada do juízo final. “Na verdade vos digo que não passará esta geração sem que se cumpram todas estas coisas Mt 24, 34 e em Lc 9,27 Mas vos digo em verdade: há dentre os presentes quem não experimentará a morte antes de ter visto o reino de Elohîms”. (Deus).


Enigma 3

É a questão das espadas; ora, Jesus dizia que não veio trazer a espada, mas manda comprar espadas; ora, diz que seu reino não é deste mundo (João 18, 36), mas então pra que as espadas?

...quem não tem espada, venda sua túnica e compre-a Lc 22, 36.

...eis aqui duas espadas... Basta lhe diz Jesus Lc 22, 38.

...Senhor feriremos à espada? Lc 22, 49.

...e um deles feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha Lc 22, 50.

...deixai-os! Basta! Lhes disse Jesus, e tocando na orelha curou-a Lc 22, 51.

...embainha de novo tua espada, porque todos que lançarem mão da espada à espada morrerão. (Mt 26, 52). Aqui, o apóstolo contradiz Lc 22, 36, 38 e 50.

...não julgueis que vim trazer paz a terra. Não vim trazer-lhe paz, mas a espada Mt 10, 34.

...e um dos que estavam presentes puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha Mc 14, 47.

...mete tua espada na bainha. Não hei de beber o cálice que meu Pai me deu? João 18, 10.


Enigma 4

É sobre aquela frase que manda deixar que os mortos enterrem seus mortos. Será que ele quis dizer que os não seguidores de seu magistério eram mortos (espirituais?). Contudo, centenas de milhares não O seguiram (como mortos...). Bilhões não O seguem...  são mortos? “E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor deixa-me ir primeiro a enterrar meu pai. Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me e deixa que os mortos sepultem seus mortos”. Mt 21, 22.


Enigma 5

Assinale-se o ensinamento por parábolas. Os seus seguidores eram ignorantes, pobres e semianalfabetos, como é que eles, tão simplórios, entenderiam tais ensinamentos? As parábolas são tão misteriosas que até hoje os exegetas/hermeneutas batalham entre eles pela correta interpretação. “Se Jesus pregava o reino do céu, não se compreende que ele falasse ao povo por parábolas, as quais depois eram explicadas aos discípulos, que, aliás, nem assim chegavam a compreendê-las”. Mc 4, 10, 11, 33 e 34. Apud Jesus e sua doutrina, p. 174, de A. Leterre. “E quando se achou só lhe perguntaram os doze, que estavam com ele, qual era o sentido da parábola. E lhes disse: A vós outros lhes é concedido saber o mistério do reino de Deus; mas os que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.” André Chouraqui, estupendo conhecedor da Bíblia, à página 258, de o Evangelho segundo são Lucas, comenta Lc 34 assim: Compreende-se que os adeptos não penetrem nada dessa linguagem hermética. Aquilo que eles compreendem só pode deixá-los muito confusos. Pergunta-se: Por que o povo/seguidores/apóstolos não podiam saber? As parábolas enigmáticas deixavam margem de interpretações extravagantes, e o povo na ignorância.


Enigma 6

Jesus fala ao bom ladrão que ainda esta noite (noite da crucificação) estariam juntos no céu, porém ele desceu aos infernos e só ressuscitou ao 3º dia. “Eu hei de ressurgir depois de três dias” Mt 27, 62. “Em verdade te digo: que hoje serás comigo no paraíso” Lc 23,43.


Enigma 7

Sumamente hermética a parábola dos talentos quanto ao castigo sobre os precavidos, os cuidadosos. Realmente a interpretação literal de suas palavras nos leva a admitir uma injustiça, mas é o que está dito: “A todo o que já tem dar-se-lhe-á, e terá em abundância; e ao que não tem tirar-se-lhe-á até o que parece que tem”. Mt 25, 29. Em Mt 25,14-28, são entregues quantias variadas “a cada um de acordo com sua habilidade”; em Lc 19,12-26, eles recebem a mesma quantia. Qual é o certo? Supondo que a quantidade de talentos é irrelevante, então qual o ensinamento? E as frases terríveis 28 — Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. 29 — Porque a todo o que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30 — E o servo inútil lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.  Como tirar algo de quem nada tem? Não posso deixar de lamentar pelos pobres, humilhados e ofendidos – os que nada têm – que sofrem todos os tipos de degradação e até a mãe natureza lhes é madrasta. As enchentes, os terremotos, a exclusão, o desemprego, as guerras etc., lhes atingem diretamente. Literalmente, eles nada têm e ainda o pouco que têm lhes tiram. Palavras da Bíblia. Em Lc 1, 53 está escrito: “Encheu de bens os que tinham fome; e despediu vazios os que eram ricos.” Parece contradição com Mt 25, 29, acima.


Ficam aqui as dúvidas e peço vênia pela minha contestação, aceito humildemente as explicações mais convincentes. Aguardo as revelações que vão me dar. Com a palavra teólogos, exegetas e hermeneutas e eles terão muito trabalho, porque o Novo Testamento traz coisas só para iluminados. Confesso minha perplexidade e digo: não quero polêmica, eu só quero entender. Mas que não me apresentem outro enigma como: “Se algum há que tenha ouvidos de ouvir, ouça.” Mc 4,9 e 23; 7,16; Mt 13,9; Lc 8,8 e 14,35. Também esta afirmação: “Por isso é que eu lhes falo em parábolas: porque eles vendo não veem ouvindo não ouvem nem entendem” Mt 13,13. 


Quem vem a mim sem odiar seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, e seu próprio ser também, não pode ser meu adepto. Lc 14,26.


Agora, não se trata e enigma, porém de uma afirmação taxativa, claríssima, peremptória de Jesus, em João 14,6:


Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.


Ora, o mundo atualmente tem mais de sete bilhões de habitantes, sendo os cristãos pouco mais de 1.000.000.000 (um bilhão). Assim, os restantes estão condenados à danação eterna, porque desconhecem Jesus. Ai dos bramanistas, budistas, sufistas, jainistas, taoistas, ateus, xintoístas, confucionistas, hinduístas, judeus, islamitas, suicidas, maçons (excomungados) e outros heréticos.


E também teríamos que excluir aqueles que, embora cristãos, cometeram pecados mortais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja, preguiça, bem como aquelas que praticaram aborto. O número dos salvados se reduziria mais e mais...


Há um livro da Bíblia que fixa, por duas vezes, o número exato dos que alcançarão salvação. É o Apocalipse de João:

 

No capítulo 7,4 João descreve uma visão, na qual lhe foi permitido contemplar todos os marcados na fronte com o selo salvador e o seu número era de 144.000. E no capítulo 14, ratificando este dado apresenta, outra vez, os 144.000, agora juntos a Jesus Cristo, que os resgatou dentre todos os homens (14,1).

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Compare a semelhança da doutrina de Jesus sobre inter-relações humanas com outras denominações não cristãs:



Cristianismo: Amai-vos reciprocamente com amor fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. (Rom 12,10).

Um novo mandamento eu vos dou: Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. (João 13,34).

Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem... (Mt 5, 44)

Confucionismo (551 a.C. – 479 a.C.)  Não faças a outro aquilo que não queres que te façam.

Budismo (563 – 483 a.C.) De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, com cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo fiel quanto à sua própria palavra.

Islamismo (580 – 630 d.C). Ninguém pode ser um crente até que ame o seu irmão como a si mesmo.

Hinduísmo (600 a.C.). Não faças a outro aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor.

Sikhismo (1470 d.C.). Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do céu.

Jainismo (600 a.C).  Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos nós mesmos.

Zoroastrismo: (700 a.C.). A natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom para nós mesmos.

Taoísmo (600 a.C). Considera o lucro do teu vizinho como teu próprio e o seu prejuízo como se também fosse teu.

Judaísmo (4600 a.C.). Não faças a teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso.


Pois é, meus irmãos! Quem não fosse habitante deste Planeta Azul e aqui chegasse, poderia entender a razão pela qual os irmãos, fiéis destas religiões mundiais, se matam uns aos outros em nome das mesmas em guerras santas? Se nem nós compreendemos, que diriam eles?


Há uma consciência universal onde todos abeberam da mesma fonte. (Jung)


Finalizando: Jesus nunca disse “Eu sou DEUS”.


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Parecer de Flavio Musa de Freitas Guimarães

00:30 (há 11 horas)


Muito bom seu texto e ótimos seus comentários e indagações.


O Antigo e novo testamentos são amontoados de textos e trechos escritos por muitos desconhecidos procurando dar lógica a duas religiões; o Antigo é um livro de horrores, maldades, traições, genocídios, ódios, que descrevem um deus insensível, malvado e impotente; o Novo, é um amontoado de disparates, contradições, que deu origem a uma seita "o Cristianismo" baseada na ambição e conquista de poder e dinheiro, igual ou pior que a tragédia cultuada por judeus, hoje repudiada por muitos judeus esclarecidos.

Comentários

  1. Excelente texto. Compartilho totalmente de sua convicção.

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