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MAL DESCONHECIDO
MAL DESCONHECIDO
Asséde Paiva e Antônio Pena
Era uma noite escura e chuvosa quando Maria decidiu pegar o ônibus para visitar sua família na cidade vizinha. Ela estava ansiosa para chegar logo, mas não imaginava que aquela seria a viagem mais assustadora de sua vida.
Assim que entrou no ônibus, Maria notou algo estranho. O motorista parecia muito nervoso e as luzes internas do veículo estavam piscando incessantemente. Além disso, a maioria dos passageiros parecia desconfortável e inquieto.
Maria tentou ignorar esses sinais e se concentrou em seu celular, mas logo percebeu que não havia sinal de rede. Então, decidiu tirar um cochilo para passar o tempo.
Ela acordou com um grito. Um dos passageiros estava gritando de pavor e apontando para a janela. Maria olhou para fora e viu um vulto estranho correndo ao lado do ônibus. Era como se alguém estivesse perseguindo-os.
O motorista acelerou o ônibus, mas o vulto continuava a segui-los, cada vez mais rápido. A partir daquele momento, os passageiros começaram a entrar em pânico e Maria sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
De repente, o ônibus parou. Todos os passageiros ficaram em silêncio, exceto pelo som da chuva lá fora. O motorista saiu do veículo e olhou para a estrada escura. Quando voltou, ele disse que havia algo bloqueando a passagem.
Maria olhou pela janela e viu uma figura sombria parada no meio da estrada. Era uma pessoa com um capuz preto e uma máscara assustadora no rosto. O motorista tentou ligar o ônibus novamente, mas o veículo não funcionava.
A figura se aproximou do ônibus e começou a bater nas janelas, assustando ainda mais os passageiros. Maria fechou os olhos e começou a rezar, pedindo proteção e forças para enfrentar aquela situação assustadora.
O motorista conseguiu fazer o ônibus funcionar novamente e acelerou até a cidade mais próxima. Quando chegaram lá, os passageiros desceram em estado de choque e Maria percebeu que sua vida nunca mais seria a mesma depois daquela noite assustadora na rodoviária.
A caminho da casa paterna, com o pensamento na estranha figura vista na estrada, Maria não se relaxa, e mais e mais, acelerando os passos, se julga perseguida pelo monstro, a ponto de emitir um estrondoso grito, que ecoa pelos ares, e que faz com que as algumas pessoas, assustadas, acendam as lâmpadas de suas casas e cheguem às janelas a ver o que se passa na rua.
E eis que um ruído de objeto que cai desperta na mulher o mais recôndito temor ao desconhecido. Já não podendo conter-se em si, põe-se a chorar compulsivamente e a correr pelas calçadas, dobrando esquinas, vendo seres fantasmagóricos atrás de arbustos, recuando por conta disso e mudando de direção, tudo muito rápida e irracionalmente.
Como num pesadelo, ela sente de súbito que vai cair, e cai, e se levanta desesperada, e já não tem a noção de onde está, e então grita pelo nome do pai, da mãe e de irmãos, e, não se controlando o mínimo, sobe os degraus da escada de uma igreja antiga e se agacha, encolhendo-se em posição fetal. E treme, treme e aos poucos vai-se apagando, apagando, apa...
Quando acorda, encontra-se em um leito de clínica, meio sedada, e ouve das pessoas à sua volta que tivera uma crise de pânico, que medos, traumas do passado vieram à tona de seu ser e se impuseram, deixando-a fora de si, espécie de pânico, que a tomara de assalto e a dominara de modo que foi preciso ingerirem-lhe medicamentos fortes.
Vítima dos próprios demônios, como tantos neste mundo de meu Deus, Maria agora era apenas mais uma, mais uma que se submeteria aos tratamentos possíveis oferecidos pela medicina.
O pânico geral dos passageiros daquele ônibus, o nervosismo do motorista, o ônibus paralisado no meio do caminho, nada fora real, era seu inferno interior tão somente e uma convulsão, eram os espasmos unicamente de seu subconsciente, era ela mesma, ela mesma, e as ondas do mar revolto de seu passado, mal resolvido e que insistia em não deixá-la em paz.
O mal é um produto da mente humana, e pode ser superado pela mente humana. (Albert Einstein)
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