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CONFITEOR [Eu confesso]

CONFITEOR  [Eu confesso] Asséde Paiva                 Nesta casinha pequenina, em Valadares, eu nasci em 1934 Cada qual no seu canto sofre seu tanto O segredo para lutar e vencer na vida ou na guerra ou na tristeza está no começo de toda a vida, de todo ser. Lutar, lutar, sangrar, mas vencer, vencer e vencer. Às vezes perder, mas viver e viver lutando sempre, sobrevivendo. Desistir nunca! O futuro será sempre um novo recomeço. As adversidades da vida nos ensinarão que a cada luta virá o aperfeiçoamento para uma grande vitória. (Jorge de Lima). “ E disse Deus a Moisés: Eu sou o que sou. ”  (Êxodo 3,14) Se alguém me perguntar: Que és? Direi: não sei! Eu queria pão e não podia comprar, hoje, posso comprar e não posso comer. Algo que escrevi há tempos: um conto? Não. Romance? Nem pensar! São reminiscências e fragmentos da minha vida. Lembranças que trago de minha terra e das gentes que convivi. Nada mirabolante. Na verdade, não tenho muito a...

Dolly

 

Dolly



ELEGIA A UMA CALOPSITA


Asséde Paiva











Dolly

Eu te amava...

Você me amava...

Danadinha...

Você nos pregou uma dolorosa peça...

Por que nos deixou?

Ainda ontem, eu fazia planos para você: pensava que quando viesse a nossa casa, lá pelo fim do ano, eu iria deitar na sala, para conversarmos bem baixinho, para que você subisse às minhas costas e começasse a se coçar, arrancando plumas.  

Mas você foi embora...

Nem me avisou.

Voou como um passarinho...

Ainda ontem, eu imaginava você aninhada na concha da minha mão, enquanto fazia cicios ao receber meus carinhos.

Sinhazinha, eu até penso que você me beijou...

Por que você foi embora?

Sabe que os nossos corações estão chorando de pesar.

Mas sinto que você era feliz com a gente.

Agora, você nos deixou e foi voar eternamente nos céus dos passarinhos.

Vai Dolly, vai para o céu, seja muito feliz com todos os pássaros que se foram e que ainda habitam nossos corações.

Vai para junto do Deus, que ama os pássaros... todos os pássaros.

Você nos deixou, nós jamais a esqueceremos: subindo em nossas pernas, bicando os botões de nossa camisa, dando voos rasantes pela cozinha, chamando-nos com piados estridentes, comendo seu alpiste.

Sentiremos sua presença nos acompanhando pelas repartições da casa.

Não nos esqueceremos dos seus banhos no pratinho, não nos esqueceremos das horas que almoçávamos e tomávamos café ao mesmo tempo.

Ainda sentimos seu descanso sobre nossos ombros, e, porque não dizer, até sentimos falta dos seus cocôs.

Dolly! Você é demais. Até quando ficava de cabeça para baixo na sua pousada.

Eu te amava, tu me amavas, todos nós te amávamos.

Se, no céu dos passarinhos, vires um pássaro-preto dê a ele um grande pio por mim... ele foi meu primeiro amigão da linhagem das aves.

Adeus, amiga! Estamos chorando por você. Nós veremos em céu estrelado...


Seus fãs: Asséde pai, Asséde filho, Cecy, Nina e Julia.

Sejamos como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.

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