ZUMBI EM PAULA LIMA
Ó Deus criador e pai / quero te agradecer / por agitar minha mente / neste meu pobre entender / rabiscando este tratado / que eu estou a reviver. Ninguém sabia o nome certo do homem e ele jamais o dizia. Chamavam-no Zumbi. Simples, ingênuo, bom e sem história. Vagueava pelas ruas e becos do arraial de Paula Lima, dia inteiro e, à noite, sumia para seu pouso que a todos era desconhecido. Às vezes, desaparecia algum tempo e ia deambular na vizinhança de outro povoado com o nome de Chapéu D’Uvas, e pernoitava na fazenda do Zé-tenente. A verdade é que ele vivia nos povoados: Chapéu, Ewbank e Paula Lima, conforme fosse sua conveniência. Zumbi era do bem, não fazia mal a ninguém, só queria ajudar... Gastava os parcos trocados na “venda” (mercadinho) do “seu” Nenzinho, onde bebia tragos generosos de pinga; ele gostava de “queimar o pé” e nunca ia ao chão, mas ficava muito chato e conversava lançando perdigotos, batendo com a mão no peito do ouvinte e meio que tombado de lado. Há gente q...